14. Jaleco VS Terno
A cidade despertava com pressa, e a Constellation Global seguia o ritmo. Janelas espelhadas refletiam um horizonte cheio de possibilidades, mas lá dentro, a vida seguia outras regras — mais rígidas, invisíveis, e nem sempre justas. O relógio marcava 6h45 quando Isabela atravessou a porta giratória principal. Uniforme azul, cabelos presos, olhos atentos. Inteirava-se da rotina logo cedo: checava as escalas, preparava materiais, mapeava os andares com mais movimentação. Tudo como sempre. Tudo como se seu trabalho não fossem os fios que sustentavam a perfeição daquele ambiente. Ao mesmo tempo, no 15º andar, Rafael encarava o próprio reflexo enquanto ajustava a gravata grafite no pescoço. Os dias começavam no espelho de seu escritório há anos — e, mesmo com o tempo, a sensação de carregar o peso de cada decisão nunca desaparecia. Cada reunião, cada número projetado, cada silencioso não ao conselho administrativo exigia uma face impenetrável, moldada pelo terno e pela postura que todos e
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