“Eu disse não. Mas não me deixaram dizer de novo.” — (Anotação de R.)[...]“Guilherme Santoro.” O nome ecoou dentro do meu crânio como sino rachado...— Ele me forçou então? — Perguntei diretamente, precisando ouvir confirmação externa. — Foi violência explícita?Marta pensou vários segundos antes de responder, claramente buscando honestidade brutal em vez de conforto falso:— Bem, tecnicamente ele não estava forçando.Cada palavra dela saiu pesada.— Usava aquele tipo de coerção suave, psicológica, que não deixa marcas físicas, mas que é igualmente efetiva. Ele repetia baixinho, como mantra hipnótico: “só assina aqui, é só uma formalidade, é pra te proteger legalmente, ninguém vai te machucar. Confia em mim”.Um silêncio denso se instalou entre nós.Ela continuou, mais rápido agora, como se precisasse vomitar verdade antes de perder coragem:— Eu estava ali oficialmente como enfermeira, mas não era para “cuidar” de você no sentido médico real. Era para servir como testemunha técnic
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