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68 chapters
Uma pequena dose- Zoe Villar
Alex e Lord já estavam à nossa espera quando Gabi e eu chegamos com o tônico.— Demoraram — Alex comentou, encostado na parede com os braços cruzados. Seus olhos dourados passaram rapidamente de mim para o pequeno frasco de vidro âmbar nas minhas mãos.— Estávamos caprichando — Gabi respondeu, piscando para ele. — Fazer um tônico da verdade de respeito leva tempo.— Ele está acordado? — perguntei, tentando espiar pela pequena janela da porta de madeira maciça.— Está — respondeu Lord, com um sorriso que mostrava todos os dentes. — E de mau humor. Melhor ainda.Alex abriu a porta com um ranger pesado, e o cheiro de mofo, suor e feno velho escapou para fora. Lá dentro, o “prisioneiro” — o alfa, meu pai — estava sentado no chão, encostado na parede da cela, de olhos semicerrados, como se estivesse esperando algo muito pior do que uma visita amigável.— Olá, pai — falei, sem muita emoção.Ele ergueu a cabeça e nos olhou com desdém preguiçoso, o tipo de expressão que fazia minha mão coçar
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Amanhã- Zoe Villar
— Ela nasceu para isso — Gabi respondeu, orgulhosa. — Se depender dela, o FISP deste ano vai ser lembrado por gerações.As barracas de tecido colorido já estavam sendo montadas ao redor da clareira principal. Cordões de flores pendiam entre as árvores, trançados com folhas e pequenos cristais que captavam a luz, lançando reflexos dançantes pelo chão. Um pequeno palco de madeira estava sendo construído no centro da clareira, onde os rituais e as bênçãos aconteceriam.Lord, que vinha logo atrás de nós, passou o braço pelos ombros de Gabi.— E pensar que há poucos dias a gente estava enfiado em uma aldeia mofada — ele disse, bufando, enquanto chutava uma pedrinha do caminho.— E agora estamos de volta em casa, onde o festival mais importante da nossa história vai acontecer amanhã — Gabi sorriu, ajeitando o cabelo que o vento insistia em bagunçar.— E onde a gente tem um prisioneiro dopado debaixo do chão da floresta — acrescentei, com uma risada meio seca.Eles riram, e eu também, porque
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Verdades- Zoe Villar
O cheiro forte do tônico ainda pairava no ar enquanto descíamos até o subterrâneo. A pequena sala, escavada sob as raízes da floresta, parecia mais escura do que de costume, como se soubesse o que ia acontecer ali.O prisioneiro, meu pai, estava amarrado na cadeira, o corpo ainda se mexendo levemente conforme o efeito do tônico se espalhava. Gabi se aproximou primeiro, observando a pele dele suar e as pupilas dilatarem. Era sinal de que a mistura começava a fazer efeito.Eu fiquei a poucos passos de distância, observando. Alex e Lord preferiram se encostar nas paredes, mas eu sabia que, se fosse necessário, eles atravessariam a sala em segundos.— Vai começar — Gabi murmurou para mim, com um meio sorriso que não escondia a tensão.Ela se ajoelhou à frente dele e falou num tom neutro:— Me diga… por que você usou a adaga?O homem estremeceu. Suas pálpebras tremularam antes de se abrir completamente. Por um segundo, vi confusão, depois uma entrega forçada, como se seu corpo estivesse tr
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O começo da verdade- Zoe Villar
Vi Liz, minha mãe, perto do altar, ajeitando pequenos vasos de flores com uma paciência que me trouxe uma dor aguda no peito. Cada gesto dela era sereno, como se estivesse montando um pedaço de esperança em forma de decoração.Ela não sabia — ainda não — tudo o que tínhamos descoberto naquela noite.E talvez… talvez nem precisasse saber.Talvez fosse melhor assim.Senti Alex se aproximar mais, seu calor confortável me ancorando ali.Lord nos alcançou logo depois, passos pesados de propósito, como se não quisesse surpreender ninguém naquele espaço sagrado.Ele parou ao nosso lado, cruzando os braços diante do peito e olhando tudo ao redor com uma expressão satisfeita.— Nunca vi um FISP tão bonito — comentou, o tom cheio de respeito genuíno. — Nem mesmo antes da guerra.As palavras dele pairaram no ar como uma bênção, e por um instante, até o peso do mundo em nossos ombros pareceu mais leve.— Lívia nasceu pra isso — Gabi respondeu, orgulhosa, jogando um olhar em direção à amiga que, n
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Fisp- Alex Dominic
O céu amanheceu com gosto de promessa. Um azul claro, quase tímido, espiava entre as copas das árvores como se pedisse permissão pra participar do que aconteceria hoje. O ar cheirava a flor e terra molhada. E eu juro — juro por todos os deuses e por todas as luas que já vi — a floresta sorriu.Não só a floresta. A Zoe também.Ela estava de moletom largo, cabelo solto, pés descalços. E havia aquele brilho nos olhos que só aparece quando a alma encontra lugar. Aquele lugar. O dela. O nosso.— Pronto pra enfrentar um bando de lobos felizes e dançantes? — perguntei, me apoiando na porta enquanto ela ajustava umas fitas num arco de flores.— Desde que você dance comigo — respondeu, e aquilo bastou pra que o dia começasse de verdade.As cores do FISP são diferentes de qualquer festival que já vi. Não porque são mais vivas — são, aliás —, mas porque parecem pulsar. As barracas tinham estampas feitas à mão, os tecidos balançavam com o vento como se cantassem. Cordões de pétalas se enroscavam
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Dela- Alex Dominic
Zoe girava lentamente entre os tecidos das barracas, parando de vez em quando para cumprimentar alguém, para sorrir. A luz pegava seu cabelo de um jeito que me fazia esquecer como respirar. Ela estava usando uma túnica longa, esvoaçante, em tons de vinho e cobre, presa na cintura com um cinto de couro fino. Meia-alfa, meia-magia, totalmente minha.— Vai ficar babando muito tempo ou posso levar isso pra ela? — a voz da Gabi me cutucou, me tirando do transe. Ela segurava uma taça de cerâmica fumegante com algo que cheirava perigosamente a canela e maçã.— É pra mim — respondi, tirando a taça das mãos dela. — E eu não babo. Eu admiro.— Hm. Claro. Admiração com olhos de lobo faminto — Gabi comentou, revirando os olhos e sumindo na multidão antes que eu retrucasse.Caminhei até Zoe devagar, como se qualquer passo mais brusco pudesse quebrar aquele momento, aquele dia. Ela me viu se aproximando e abriu um sorriso tão sereno que eu soube que nunca mais poderia estar em outro lugar. A taça q
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Reconstruir- Alex Dominic
Era estranho como o som dos nossos passos parecia ecoar mais alto naquele corredor úmido, como se as pedras quisessem nos avisar de que estávamos prestes a cutucar um passado que preferia ficar enterrado.— Ele tá acordado? — perguntei, mesmo já sentindo o cheiro sutil de movimento vindo da cela à frente.Lord respondeu com um gesto rápido da cabeça, mas foi Gabi quem quebrou o silêncio:— Acordou murmurando coisas sobre sombras, alianças antigas, e… sei lá, teve uma hora que ele falou com a parede por uns bons três minutos.— Ótimo — murmurei. — Sempre bom conversar com alguém mentalmente estável.Zoe não riu, mas seus dedos apertaram os meus por um segundo. Pequeno, sutil, mas o suficiente pra me lembrar do que estava em jogo ali.O alfa — aquele maldito — estava sentado no fundo da cela quando nos viu. Ainda tinha o rosto pálido do efeito do tônico, os olhos pesados, como se dormisse em pé há dias.Mas quando Zoe entrou, ele ergueu a cabeça. Havia algo nos olhos dele… não arrependi
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Caminho- Alex Dominic
— Então você não sabe como fazer — murmurei.— Não. Sei apenas que precisa começar ali. Precisa começar com ela. Com a alma dela sendo libertada do vínculo que eu forcei.Zoe virou o rosto, e eu soube que ela estava à beira de algo que não queria mostrar. Então dei um passo à frente.— E o que acontece com os anciões se conseguirmos?— Eles voltam. O equilíbrio retorna. A floresta… a alcateia… tudo vai sentir. A adaga, ela também… vai mudar. Se libertar.— Libertar como? — Gabi estreitou os olhos.— A adaga pode ser curada. Ou destruída. Mas não antes.Um silêncio denso caiu sobre nós. Por um instante, tudo que se ouvia era o som ritmado da respiração dele, mais lenta agora… mais pesada.Então, como se todo o peso do que havia dito drenasse o resto da força que tinha, o alfa desabou. Literalmente. Caiu no chão da cela, desacordado.— E lá vamos nós de novo — Lord murmurou.— Ele vai acordar? — Zoe perguntou, ainda sem encará-lo.— Provavelmente amanhã. Talvez mais tarde — Gabi disse,
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