O céu amanheceu com gosto de promessa. Um azul claro, quase tímido, espiava entre as copas das árvores como se pedisse permissão pra participar do que aconteceria hoje. O ar cheirava a flor e terra molhada. E eu juro — juro por todos os deuses e por todas as luas que já vi — a floresta sorriu.
Não só a floresta. A Zoe também.
Ela estava de moletom largo, cabelo solto, pés descalços. E havia aquele brilho nos olhos que só aparece quando a alma encontra lugar. Aquele lugar. O dela. O nosso.
— Pronto pra enfrentar um bando de lobos felizes e dançantes? — perguntei, me apoiando na porta enquanto ela ajustava umas fitas num arco de flores.
— Desde que você dance comigo — respondeu, e aquilo bastou pra que o dia começasse de verdade.
As cores do FISP são diferentes de qualquer festival que já vi. Não porque são mais vivas — são, aliás —, mas porque parecem pulsar. As barracas tinham estampas feitas à mão, os tecidos balançavam com o vento como se cantassem. Cordões de pétalas se enroscavam