Era estranho como o som dos nossos passos parecia ecoar mais alto naquele corredor úmido, como se as pedras quisessem nos avisar de que estávamos prestes a cutucar um passado que preferia ficar enterrado.
— Ele tá acordado? — perguntei, mesmo já sentindo o cheiro sutil de movimento vindo da cela à frente.
Lord respondeu com um gesto rápido da cabeça, mas foi Gabi quem quebrou o silêncio:
— Acordou murmurando coisas sobre sombras, alianças antigas, e… sei lá, teve uma hora que ele falou com a parede por uns bons três minutos.
— Ótimo — murmurei. — Sempre bom conversar com alguém mentalmente estável.
Zoe não riu, mas seus dedos apertaram os meus por um segundo. Pequeno, sutil, mas o suficiente pra me lembrar do que estava em jogo ali.
O alfa — aquele maldito — estava sentado no fundo da cela quando nos viu. Ainda tinha o rosto pálido do efeito do tônico, os olhos pesados, como se dormisse em pé há dias.
Mas quando Zoe entrou, ele ergueu a cabeça. Havia algo nos olhos dele… não arrependi