O quarto estava em meia-luz, um abajur aceso no canto projetava sombras suaves nas paredes. Eu entrei com Giulia nos braços, sentindo o peso do cansaço no corpinho dela, mas também o calor tranquilo da confiança em mim. Ela se aninhou no meu peito com a cabeça encostada no meu ombro, como fazia desde bebê, e suspirou. Aquele som, baixinho, me atravessou por dentro.Coloquei-a com cuidado sobre a cama, puxei as cobertas com delicadeza e sentei-me ao lado, alisando seus cabelos finos. Ela estava quieta, os olhos semicerrados, mas lutando contra o sono.— Está tudo bem, princesa — murmurei. — Pode dormir tranquila. O papai está aqui.Ela abriu os olhos devagar e sorriu, um sorriso pequeno, mas cheio de amor.— Vai ficar comigo até eu dormir?— Claro que sim — respondi, ajeitando o travesseiro sob sua cabeça. — Sempre.Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ela puxou o lençol para o rosto e falou com a voz quase sumida:— Papai… eu vou melhorar?A pergunta me pegou desprevenido.
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