O ar ficou denso, como se o próprio mundo prendesse a respiração. O espírito de Gregor permanecia ali, parado, sua presença oscilando entre o visível e o etéreo. Mas o que fez o coração de Kael acelerar não foi apenas vê-lo ali. Foi perceber que Gregor não estava sozinho.
Sombras se moviam ao redor dele, sussurrando em línguas esquecidas. Lírica se aproximou de Kael, seus olhos dourados atentos.
— Algo está errado...
Kael assentiu, mantendo-se firme.
— Gregor, precisamos de você. Essa entidade precisa ser selada e apenas um espírito forte pode contê-la. Você sempre foi um dos mais fortes entre nós.
O espírito de Gregor estreitou os olhos.
— Você me pede para servir como prisão para algo que devora almas?
Kael sentiu o peso das palavras.
— Não temos escolha. Se não o fizermos, essa entidade destruirá nossa alcatéia. Você viu o que ela pode fazer. Ela já tomou um de nós.
Gregor abaixou a cabeça por um momento, como se ponderasse.
— Eu não pertenço mais a esse mundo, Kael. Mas... — Seus