Capítulo 56 – Olhos Invisíveis
A manhã surgiu suave, com o sol atravessando as cortinas da casa de Helena, desenhando tons dourados nas paredes claras. O canto dos pássaros parecia anunciar um dia comum, mas dentro dela havia um incômodo que não conseguia explicar. Helena acordou tarde, com os lençóis ainda marcados pela presença de Miguel, que havia saído cedo para resolver compromissos de trabalho. O calor dele ainda estava impregnado no colchão, e por um instante, ao abrir os olhos, ela desejou que ele estivesse ali, abraçando-a como na noite anterior.
Mas a cama estava vazia. O silêncio da casa, antes confortável, agora parecia opressor. Helena se levantou, foi até a cozinha e preparou um café. Tentava manter a rotina, mas uma sensação estranha pesava sobre ela. Enquanto mexia o açúcar na xícara, olhou pela janela e reparou em algo que fez seu coração acelerar: um carro preto parado na esquina.
Era comum ver carros na rua, mas aquele chamava atenção pelo detalhe incômodo: os vidro