Capítulo 12 – Abismos Revelados
Helena sentiu o mundo girar ao seu redor como se o chão abrisse fissuras sob seus pés. Os últimos dias haviam sido uma sucessão de choques, revelações e confrontos. Agora, sentada em seu escritório, diante de uma pilha de documentos que parecia não ter fim, algo na última pasta tremeluzia como um aviso. Era um pen drive, escondido entre contratos e notas frias. A etiqueta era simples, quase infantil: “viagens”.
Ela quase não teve coragem de ligar o computador. Quando a tela exibiu pastas compactadas, fotografias, planilhas e áudios, o estômago de Helena se contraiu. Não eram apenas provas de transferências e encontros clandestinos — havia registros organizados com nomes, idades aproximadas, valores pagos, locais de “entrega” e listas que tratavam pessoas como mercadoria. Em alguns arquivos, havia áudios com vozes comprimidas, mensagens de medo, pedidos que nunca haviam sido ouvidos. Em outras pastas, planilhas com endereços, telefones e notas sobre “qua