Antero
Se tem algo que um macho jamais esquece é o olhar de fome da sua fêmea. Vejo no corpo de Lívia o desejo escorrendo em cada gesto, no cheiro adocicado que ela exala. E se não fosse a tempestade que vibra dentro de mim — aquela inquietação que sei que vem dela — já a teria jogado em minha cama. Mas tento conter a fera. Entender o que a perturba… até que escuto uma ordem firme, crua, irresistível.
— Me coma — ela diz.
Não precisa pedir duas vezes.
Envolvo seu corpo com o meu, minhas mãos deslizando até os seios nus sob a fina camisola. Ela está de costas para mim, contemplando a paisagem pela janela, mas seu cheiro me embriaga. Me aproximo e inalo os fios úmidos de seus cabelos recém-lavados. Sussurro no seu ouvido:
— Eu te amo…
— Eu também te amo, Antero…
Viro-a de frente, e nossos olhares se encontram.
— Diz de novo… — murmuro, abaixando a cabeça até seu seio exposto. Passo a língua ao redor do bico, sentindo sua pele arrepiar, e dou uma leve mordida, enquanto minha outra