Dante desligou a chamada e desceu devagar, sentindo o incômodo leve na cintura. Do corredor, podia ouvir Angeline na cozinha, andando de um lado para o outro. O ritmo apressado dos passos dela denunciava caos.
Ele se recostou no batente da porta, cruzando os braços, e ficou observando.
Ela abria gavetas, fechava, olhava para a frigideira, depois para o forno, depois para o balcão… e voltava tudo de novo. Parecia uma tempestade em forma de gente.
Dante ergueu uma sobrancelha.
No forno, algo começava a soltar um cheiro suspeito de “vai queimar em três… dois…”
— Acho que o que está no forno já está bom. Ele avisou, com a voz grave e calma de quem estava se divertindo.
Angeline girou tão rápido que quase deixou o pano cair.
— Oh, meu Deus! Ela correu para o forno, abriu a porta e tentou puxar a forma com um pano dobrado às pressas. — Ai… ai! Está quente!
Dante se endireitou, caminhando até ela com passos largos.
— Deixe comigo! Ele disse, pegando a forma das mãos dela antes que ela se que