O carro parou perto de uma praças antiga, cercada de lojas e cafés com toldos coloridos.
O ar frio da manhã trazia o cheiro de pão quente e das flores das barracas próximas.
— Aqui é lindo, não acha? Disse Sofi, descendo do carro com leveza ensaiada. — Vamos um pouco a pé, é logo ali.
Angeline a seguiu, ainda desconfiada, mas sem motivos claros para recusar. Caminharam lado a lado pela calçada estreita. Sofi falava com entusiasmo sobre as vitrines, os vestidos, a decoração da festa, mas, em cada frase, havia uma comparação velada, uma soberba.
— O vestido que escolhi é bem discreto. Disse ela. — Dante sempre prefere quando não exagero. Detesta quando uma mulher tenta chamar atenção demais.
Angeline fingiu indiferença.
— É mesmo? Perguntou, sem olhar para ela.
— Ah, sim. Sofi sorriu. — Mas, claro, com você é diferente. Talvez ele até aprecie esse… Olhou para o vestido xadrez de Angeline. — …Jeito italiano de ser.
O tom era doce, mas o veneno escorria entre as palavras.
Angeline esta