A noite em Londres estava fria, mas surpreendentemente clara, com um céu estrelado que lançava um brilho suave sobre os telhados da cidade. Um manto escuro e misterioso envolvia as ruas, contrastando com a vibração luminosa que escapava dos bares e pubs lotados. Era sexta-feira - e, como sempre, a cidade pulsava com vida. Risos, vozes altas e o tilintar de copos se misturavam ao som de passos apressados nas calçadas iluminadas.
Julia caminhava sem pressa, envolta em seu próprio silêncio. O corpo estava cansado, embora seu dia não tivesse exigido esforço físico. O que pesava era a alma. Uma exaustão emocional, profunda e silenciosa, que apertava o peito. A saudade de Adam era constante, como uma sombra que a seguia por onde fosse. Estava em cada esquina, em cada pensamento. Por mais que tentasse se convencer de que era melhor assim, o vazio dentro dela insistia em contrariá-la.
Ela sabia - sentia - que Adam a amava. Sempre soube. Mas também sabia que algo maior os separava. Talvez foss