Eu dirigia pelas ruas de Londres com os dedos tensos no volante, sentindo uma inquietação crescente tomar conta de mim. A cidade acordava lentamente, envolta por uma neblina leve e o som distante dos carros e buzinas, mas nada daquilo parecia real. O mundo ao meu redor havia diminuído, reduzido ao interior silencioso do carro, ao peso da presença de Julia ao meu lado... e à tempestade que se formava dentro de mim.

O silêncio entre nós não era apenas ausência de som - era denso, quase sufocante. Eu podia sentir cada batida descompassada do meu coração, a umidade nas minhas palmas, a tensão se acumulando até nos músculos do meu pescoço. Julia estava ali, calada, mas o modo como cruzava os braços e desviava o olhar para a janela deixava claro: ela também sentia o peso do momento.

Cada célula do meu corpo estava em alerta, como se esperasse um ataque iminente. E, no fundo, era exatamente isso que eu temia. Estávamos vulneráveis. Eu precisava encontrar um lugar seguro - e rápido. Meu apart