O hospital cheirava a desinfetante e vazio. As paredes eram brancas demais, os sons baixos demais, e tudo ao meu redor parecia um eco da impotência que eu sentia por dentro.
Voltei para casa com Marco e Serena, mas estava vazia. Era como se a presença da mamma, ainda viva, tivesse sido substituída por um medo enorme, sufocante, que se espalhava por cada canto da minha alma.
Eu me tranquei no banheiro.
Fechei a porta com cuidado, para não chamar atenção. Liguei o chuveiro, mas não entrei debaixo da água. Apenas sentei no chão frio, as costas encostadas na parede, os braços apertando os joelhos contra o peito.
E chorei.
Em silêncio.