Capítulo 4
(Ponto de Vista de Olivia)

Eu estava sentada na cela escura da prisão, pensando no meu bebê e como ele iria sobreviver em um lugar como aquele. Eu já não me importava comigo mesma - podiam me manter ali o tempo que quisessem - mas meu bebê por outro lado não merecia aquilo. Ele não merecia nascer em uma prisão ou sofrer por causa dos meus pecados.

Era apenas o segundo dia da minha prisão, e a polícia estava cumprindo a palavra de Nick, não me deixando sair. Mas eu achava que estavam indo longe demais, já que não me forneceram comida desde que cheguei.

Seria ideal que meu estômago permanecesse vazio. Os enjoos matinais já haviam começado, mas, apesar disso, a fome persistia - mesmo sabendo que qualquer coisa que eu comesse não tardaria a voltar.

— Meu bebê querido. — Disse, acariciando minha barriga. — Lamento que você tenha que passar por isso. Não queria que sua chegada ao mundo fosse assim. Mas eu prometo, vou te proteger. Seu pai jamais saberá da sua existência, e nunca mais poderá nos machucar. Ele já causou sofrimento demais.

A porta da cela se abriu. Eu me levantei quando o melhor amigo de Nick, Ethan, apareceu.

— Olivia, de verdade, eu sinto muito por não ter estado aqui antes. Só agora descobri o que aconteceu, e dei uma boa bronca no Nick, mas ele não cedeu. Ele nem mesmo me mostrou as provas que diz ter contra você e se recusa a retirar as acusações e te tirar daqui.

Sorri tristemente.

— Está tudo bem, Ethan. Só de você estar aqui já me sinto aliviada. Preciso da sua ajuda.

Ele suspirou, com o olhar carregado de pena.

— Não tenha pena de mim. — Disse. — Eu vou ficar bem. Só preciso que você me ajude com uma coisa, mas não conte ao Nick.

Ele franziu a testa.

— Olivia, ele só me deixou te ver hoje. Depois disso, não vai me deixar voltar.

— Então vamos fazer esse momento valer a pena. — Disse, assentindo. — Estou grávida. Ainda é cedo, mas tenho medo de perder meu bebê neste lugar. Por favor, me ajude.

Os olhos dele se arregalaram, surpresos.

— Olivia... O Nick não sabe, certo?

Eu balancei a cabeça.

— Aquele idiota! Como pude me tornar amigo de alguém tão cego? Aquela mulher que você insiste em chamar de amiga o manipula como quer, e ele simplesmente não enxerga! — Ele começou a andar de um lado para o outro, inquieto, mas não tínhamos tempo para sua raiva.

— Ethan, por favor. Esqueça o Nick. O carma do destino vai cuidar de ambos. Eu preciso me preocupar com meu bebê.

Ele parou e me olhou, preocupação nos olhos.

— Tudo bem. Vou ver o que posso fazer. Primeiro, tentarei conseguir algumas vitaminas pré-natais para manter o bebê saudável. Depois, verei se consigo subornar um guarda para obter aquele remédio e me avisar quando você entrar em trabalho de parto.

O alívio me invadiu.

— Obrigada, Ethan. Por favor, dê uma olhada na minha avó de vez em quando. Diga a ela que estou bem e peça para ela não se preocupar comigo.

Ele me deu aquele olhar de pena novamente.

— Para de me olhar assim. Eu vou ficar bem. Só me ajude com isso, e tudo vai dar certo.

— Eu não sei como você faz isso, Olivia. Não sei como consegue ser tão positiva estando numa situação como essa.

Eu não tinha alternativa. Não podia me permitir fraquejar - havia um bebê e minha avó que dependiam de mim.

— Acabou o tempo, Sr. Lewis. — Informou um policial, interrompendo Ethan. — Você tem apenas dez minutos, e não um minuto a mais.

— Vou fazer o que prometi. — Disse Ethan. — Vou fazer tudo o que eu puder para conseguir te ver de novo. Fique forte, Olivia.

Sorri de leve e acenei com a cabeça. Depois que ele saiu, senti uma pequena onda de esperança de que meu bebê ficaria bem. Ethan era um homem de palavra. Ele encontraria uma forma de me ajudar.

Me deitei na cama fina no canto, me encolhendo na posição fetal, e pensei em tudo o que havia acontecido em tão pouco tempo - como minha melhor amiga me traiu e como eu deixei meu casamento se desmoronar completamente, tudo sem nem perceber. Adormeci com esses pensamentos na cabeça.

O barulho da porta da cela me acordou.

— Aqui. Isso é para você. — O policial olhou ao redor antes de jogar um pequeno saco plástico na minha cela. — Do Sr. Lewis. Não estarei sempre por aqui, mas quando eu estiver, vou cuidar de você.

Ele fechou a porta e se foi.

Corri até o saco plástico e encontrei comida e vitaminas dentro. Lágrimas se formaram nos meus olhos, grata a Ethan pelo que ele tinha feito. Comi a comida rapidamente, tomei as vitaminas e bebi água da torneira.

Deitada novamente, acariciei minha barriga.

— Vai ficar tudo bem, meu bebê. Eu prometo.
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