Capítulo 5
(Ponto de Vista de Olivia)

NOVE MESES DEPOIS

A prisão havia sido difícil, não só por causa da minha gravidez, mas pela maneira como fui tratada. Mas havia uma coisa pela qual eu era grata - Ethan cumpriu sua palavra. O guarda que ele subornou continuava trazendo vitaminas e cuidando de mim como havia prometido.

Mas, quando ele não estava por perto, os outros "esqueciam" convenientemente de me alimentar. Houve dias em que eu estava tão faminta que meu estômago doía. Em um desses dias, gritei até que alguém finalmente apareceu. Mas, em vez de comida, recebi uma surra.

Me bateram tanto que fiquei com um olho roxo e hematomas por todo o corpo. Mas, apesar de tudo, eu protegia meu bebê. Mesmo depois da surra, não me deram comida. A partir daquele dia, aprendi a ficar em silêncio quando aquele policial não estava por perto.

Racionava minha comida, comendo pequenas porções e guardando um pouco para o caso de não conseguir comida no dia seguinte. Eu estava apenas pele e osso, e me preocupava com o meu bebê. Será que ele estava recebendo os nutrientes necessários? Será que ele nasceria saudável?

A ideia de meu bebê sofrer só fazia meu ressentimento por Nick crescer. Eu o odiava mais a cada dia que passava.

Minha barriga estava imensa agora, pesada. Hoje, acordei me sentindo desconfortável e exausta. Não toquei no meu café da manhã quando o guarda trouxe. Uma dor surda pulsava nas minhas costas, indo e voltando. Toda vez que ela surgia, eu parava, prendendo a respiração até passar. Achei que talvez estivesse em trabalho de parto, mas minha bolsa não havia estourado.

Ainda assim, algo estava errado. Impaciente, esperei pela hora do almoço, esperando poder pedir ao guarda que contatasse Ethan e trouxesse um médico. Eu não podia perder meu bebê - não depois de tudo o que passamos juntos.

Eu adormecia e acordava. A dor só aumentava, ficando mais frequente. Em várias ocasiões, mordi o lábio inferior para evitar gritar. Finalmente, a porta da cela se abriu. Eu estava encostada na parede, respirando com dificuldade devido à dor. Mas, naquele momento, parecia que alguma força no universo finalmente estava do meu lado.

De repente, minha bolsa estourou.

Os olhos do guarda se arregalaram de choque.

— Eu vou chamar o Sr. Lewis! — Ele deixou o prato de comida cair e correu.

Segurei as barras da cela, puxando com tanta força que achei que elas poderiam quebrar.

O guarda voltou, ofegante.

— O Sr. Lewis está vindo.

— Obrigada. — Consegui dizer.

Ele ficou ali parado, impotente.

— Por favor, segure o bebê. Eu não sei o que fazer. Espere pelo Sr. Lewis!

Se não estivesse sentindo tanta dor, eu talvez tivesse rido. Ele claramente não tinha ideia de que, uma vez que o bebê decidia vir, não havia como detê-lo. Mas eu esperava que ele demorasse; aquela cela não era lugar para dar à luz.

Depois do que pareceu uma eternidade, com eu deitada de costas e sentindo o bebê vindo, a porta da cela se abriu novamente.

— Olivia! Eu estou aqui. Vou te levar para a enfermaria. — Ethan correu para dentro com um médico.

O médico olhou rapidamente e disse:

— Ela não vai chegar à enfermaria. O bebê já está nascendo. Ele está vindo agora.

Naquele momento, meu ressentimento por Nick atingiu um novo nível. Meu bebê estava prestes a nascer em uma cela imunda, tudo porque Nick acreditou em uma mulher que mal conhecia, ao invés de mim. Ele me condenou a esse sofrimento.

— Olivia, você precisa fazer força. — Disse Ethan. — Eu sei que não era isso que você queria, mas o bebê está vindo agora.

A voz dele me trouxe de volta à realidade. Não se tratava mais de Nick. Tratava-se do meu bebê. Fiz o máximo de força que pude. Empurrei com tudo o que tinha. Logo, os gritos do meu bebê preencheram o ar, e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. O médico me entregou o bebê.

— Ele está bem? Está saudável? — Perguntei, olhando para ele. Ele era tão pequeno.

— Eu vou examiná-lo, mas ele parece bem - só um pouco abaixo do peso, mas está bem.

Sorri entre as lágrimas.

— O nome dele é Samuel. Coloque meu sobrenome nele, não o de Nick, e mantenha-o seguro. Leve-o para fora daqui, Ethan. — Meu coração se partiu ao entregá-lo.

— Você pode segurá-lo um pouco mais. — Sugeriu o médico, mas eu neguei com a cabeça.

Ele havia nascido naquela cela suja. Eu não queria que ele passasse mais um segundo ali.

— Não. Leve-o para fora e faça os exames para garantir que ele está saudável. E lembre-se, Ethan, nunca conte ao Nick.

Chorei enquanto via Ethan sair com ele.

— Nick, você vai pagar por isso. Eu juro.
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