OLIVIA
Eu havia percebido que alguma coisa acontecera, mesmo que meu marido tivesse se esforçado para esconder isso de mim. Aquela ligação o deixara assustado. Ou eram aquelas pessoas da organização que ele liderava naquele momento, ou tinha relação com meu pai e com aquele plano que continuava a me tirar o sono.
Ele voltara da “ida ao banheiro” distribuindo sorrisos, como se eu não enxergasse através deles e como se um sorriso pudesse apagar a tensão que permanecera em seus olhos.
— Aconteceu alguma coisa com meu pai, não foi?
Ele fizera uma pausa por um instante e retomara a comida como se nada estivesse em curso.
— Não falo com ele há alguns dias. Posso verificar, se você quiser.
Ele nunca fora um bom mentiroso, mas tentava naquele momento. Fingir que nada ocorria podia ser útil, porém não era suficiente para me enganar.
— Ele está ferido?
Outra vez, ele parara por um breve momento. Aquilo era o sinal dele e ele nem percebia.
— Como eu disse, não falo com ele.
Ele mentiu de novo. Eu