MARCUS
Eu percebia a raiva estampada no rosto de Luke, mas aquilo não importava. Um sorriso surgiu em meus lábios, não por algo que ele tivesse feito, e sim pelo simples fato de ele estar ali. Pouco me importava o quão intimidador ele parecia, fitando-me do outro lado do quarto. Eu me sentia feliz por sua chegada, aliviado porque minha esposa não mudara de ideia e, acima de tudo, grato porque minha filha logo estaria nos braços da mãe.
A irritação de Luke não significava nada naquele instante. Que valor tinha a cólera dele diante da alegria que me inundava só porque ele aparecera? Eu reconhecia meu próprio egoísmo, porém agora era pai e minha filha necessitava de uma mãe, e ninguém era melhor do que Olivia, filha de Luke e minha esposa. Ambos almejávamos o melhor para a nossa garotinha.
Luke precisaria perdoar esse meu egoísmo e encontrar um modo de assumir o papel de avô da filha que Olivia teve comigo. Ele avançou pelo quarto em passos deliberados, calculados, como se se aproximasse