Clara despertou por volta das dez, o quarto banhado por uma luz suave que filtrava pelas cortinas. Por um instante, o silêncio pareceu estranho demais — até perceber que o outro lado da cama estava vazio.
O alívio veio como um sopro quente no peito.
Vinícius já havia saído.
A ausência dele dava a Clara alguns preciosos minutos de paz, os primeiros desde que se mudara para aquele apartamento que não parecia seu.
Desceu até a cozinha, encontrou a mesa posta por Marta e deixou-se levar pelo aroma reconfortante de café fresco, tentando ignorar a sensação de estar vivendo uma vida emprestada.
Clara voltou à realidade com o som discreto do celular vibrando sobre a mesa. Ainda demorou alguns segundos para reunir coragem de pegar o aparelho, mas quando viu o visor, o nome “Sabrina” iluminava a tela.
“Bom dia, Clara!
O Vini disse que você topou irmos ao shopping.
Passo aí às 15h, tá bem? Beijo!”
Clara respondeu:
“Bom dia, Sabrina. Vou estar pronta.”
Ela respirou fundo e passou o rest