O final da tarde já começava a cair quando o telefone de Vinícius vibrou sobre a mesa. Ele atendeu de imediato — era Henrique.
— Henrique — disse, direto. — O que você descobriu?
Do outro lado, o amigo respirou fundo.
— Tenho algumas informações. Não é tudo o que precisamos, mas já abre caminho.
Vinícius se endireitou na cadeira, atento.
— Fala.
Ouviu o som de papéis sendo manuseados.
— Conferi o cartório de Valença. O registro do casamento está formalmente correto: data, assinatura, firma reconhecida. Nada irregular à primeira vista. — Pausa. — Também consegui o cadastro dos pais da Clara.
Luciano Almeida, motorista de táxi há mais de vinte anos, conhecido no bairro.
Marta Almeida, costureira, trabalho honesto, reputação impecável entre as vizinhas.
— Pessoas simples, de vida limpa. Nenhuma passagem policial — completou Henrique. — Nada que indique algo suspeito.
Vinícius assentiu, mas isso não respondia o que ele realmente queria saber.
— E as testemunhas?
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