Amara
O sol da manhã atravessava as janelas largas do quarto, tingindo os lençóis amassados de dourado. Meu corpo ainda doía do prazer e da intensidade da noite anterior. Apolo e Arthur tinham um jeito feroz de me possuir, como se quisessem gravar suas presenças em mim para sempre. E, por mais que eu odiasse admitir, cada toque deles fazia algo dentro de mim estremecer.
Mas naquela manhã, decidi que precisava de ar. Precisava sair daquele quarto sufocante, onde tudo cheirava a eles.
Coloquei um vestido simples, amarrei os cabelos e, descalça, abri a porta. O corredor estava vazio, mas podia sentir a movimentação ao longe. Vozes, passos, risadas abafadas. Respirei fundo e segui, sem rumo certo, apenas guiada pela curiosidade de entender o lugar em que estava presa.
Quando atravessei as portas que davam para o pátio, a luz do sol me cegou por um instante. Respirei o ar fresco e percebi, pela primeira vez, o tamanho da alcateia. Casas espalhadas, algumas de madeira, outras de pedra; tri