Apolo
A voz da minha mãe ainda ecoa dentro da minha cabeça como uma lâmina afiada.
Não importa quanto tempo se passe, cada vez que ela abre a boca para soltar aqueles gritos de Banshee, meu corpo reage da mesma forma: a espinha arrepia, os ossos doem e a fúria cresce dentro de mim. Mas ontem… ontem foi diferente.
Não era apenas o som cortando o ar, não era apenas o poder dela nos empurrando contra as paredes da casa. Ontem o grito foi para ela. Para Amara.
Minha companheira.
Fecho os olhos e lembro da cena. Minha mãe parada diante dela, como se tivesse visto um fantasma. Amanda, imóvel, seus olhos parrados no ar, incapaz de terminar de desviar, Arthur, tão tenso que cheguei a sentir o cheiro da raiva saindo dele. E Amara… tão frágil e tão forte ao mesmo tempo, olhando sem piscar, tentando entender o que não podia.
Minha mãe disse que Amara não era comum.
Que havia nela algo que nem ela conseguia explicar.
Desde que aquela humana cruzou meu caminho, minha vida virou um caos. Eu deveri