Ponto de vista de Amara
— Calma, meu amor. Não precisa ficar tão irritada — Apolo falou baixinho, tentando me amansar. A voz dele era um desejo e uma ordem ao mesmo tempo; eu conseguia sentir o calor da presença dele mesmo sem encostar. — Nós só conversamos, coisa de irmãos.
Mas antes que ele pudesse continuar, a figura imponente de Lucy — a mãe dos gêmeos, a banshee — se adiantou e falou, a voz cortando o ar com a serenidade de quem já viu muitas guerras e muitas festas:
— Amara, você é especial demais. Meus filhos nasceram para ser seus companheiros e para protegê-la. Desde muito cedo, mesmo à distância, você já estava nas vidas deles.
Engoli em seco quando ouvi aquilo. As palavras caíram sobre mim como uma chuva morna e estranha: confortante, e ao mesmo tempo inquietante. Como assim “desde muito cedo”? Como assim “já estava nas vidas deles”? Procurei nos olhos de Arthur e de Apolo algum vestígio de explicação, mas os dois estavam imóveis, expectantes, como se aguardassem que Lucy c