Ponto de Vista de Amara
A sala estava mergulhada em um silêncio denso, pesado como névoa, quando a Banshee entrou. Eu não sei descrever exatamente o que senti, mas foi como se uma onda fria passasse por dentro de mim. Os lobos presentes se afastaram instintivamente, como se o próprio ar tivesse se tornado perigoso. Apolo e Arthur, no entanto, permaneceram firmes, imóveis, observando-a com um respeito que parecia tão natural quanto respirar.
Para mim, porém, aquilo era diferente. Eu sentia o coração bater rápido demais, e meus dedos se apertavam contra o tecido do sofá, quase rasgando-o. Não era apenas medo; era a sensação de estar nua diante de alguém que enxergava tudo — passado, presente e futuro.
Ela — a Banshee — caminhou até nós com passos lentos e seguros. Seu cabelo negro esvoaçava, mesmo sem vento, e os olhos, de um cinza profundo, pareciam penetrar na minha alma. Eu não conseguia me mover. Os meninos, ao meu lado, nem sequer pestanejaram. Já deviam estar acostumados com a pre