Capítulo 102
Manuela Strondda
O silêncio do corredor ecoava de um jeito estranho.
— Capone! — chamei de novo, a voz um pouco mais aguda. — Capone, vem aqui, menino!
Nada.
Passei pela sala, olhei atrás do sofá, perto da mesinha onde ele costumava deitar quando eu treinava do lado de fora. Nada. Nenhuma bolinha de pelo correndo na minha direção, nenhum latidinho fino, nenhum rabo abanando.
Algo dentro de mim começou a esquentar.
— Mãe! — fui até a cozinha, onde ela picava frutas com uma calma irritante. — Você viu o Capone?
Ela ergueu os olhos, surpresa.
— Não, querida. Achei que ele estivesse com você no jardim, ou onde treina.
— Não está. — senti o coração acelerar. — Ele NUNCA some. Nunca, mãe. Ele sempre me segue.
Ela franziu o cenho — preocupação. Minha mãe não demonstrava medo com facilidade, então aquilo já me deixou ainda mais tensa.
— E a Lucia? — ela perguntou. — Ela não saiu pra te ajudar?
— Saiu. — engoli seco. — Ela foi pro jardim maior pro