Narrado por Lara
Depois que abracei a Natália e a deixei no quarto, meu corpo inteiro tremia por dentro, mas o meu rosto era puro aço. Cada segundo dentro daquela casa me fazia querer gritar. Aquilo ali não era um lar. Era um cativeiro disfarçado de palácio. E ela estava presa. Fraca. Quebrada.
Desci as escadas com a certeza queimando no meu peito.
Khaled estava do lado de fora, ao lado do carro, de braços cruzados, me observando como se soubesse que algo em mim tinha virado. E tinha mesmo.
Me aproximei sem hesitar. Ele arqueou a sobrancelha com aquele olhar afiado, mas não disse nada. Fui eu quem quebrei o silêncio:
Lara: Eu quero ele morto.
Khaled piscou lentamente, como se estivesse confirmando se tinha ouvido certo.
Khaled: E não era você que sempre disse que odiava sangue? Que era contra violência?
Dei um passo pra frente. Encostei o peito no dele. Minha voz saiu baixa, firme, fria.
Lara: Você já matou tantas vezes. Já eliminou gente por muito menos. Agora mate porque eu