A frase cortou meu respirar, tudo ficou pequeno e sufocante, engasguei, escondi o rosto nas mãos e depois no peito do meu avô.
Agarrei-me nele como se pudesse o trazer de volta, como se o calor do meu corpo fosse devolver a quentura que a vida arrancou dele .
_Me desculpa…
sussurrei, soluçando , chorei e me esfreguei no meu avô que nem criança que não queria largar a mãe Eu devia ter feito mais… eu devia ter achado um jeito…
As mãos de Saul me puxaram, tentando me erguer, mas eu resisti, eu não queria soltar
Eu não queria aceitar
Só depois de minutos que pareceram horas, deixei meu corpo ceder, minhas pernas tremiam, e Saul me segurou para que eu não caísse.
A dor era sufocante, insuportável, como se tivessem arrancado meu coração do peito.
E olha que nem sei como isso é, mas imagino que seja assim
Sem acreditar
Olhei para o corpo imóvel na cama, era dele mas já não era ele
O homem que me ensinou a ser quem sou, que segurou minha mão nos meus piores dias, ti