Enzo Narrando
A volta para casa com Christine foi em silêncio.
Cada passo até o apartamento parecia mais pesado do que deveria, Christine tentou sorrir, ajeitou as sacolas de compras e até comentou qualquer coisa sobre o jantar, mas eu mal consegui responder.
O rosto sereno quase cansado do meu avô não saía da minha cabeça.
Mais tarde, depois de ajudá-la a organizar tudo que sujamos na cozinha, tentando parecer chefes, dei um beijo na testa dela e voltei para o hospital.
Era meu refúgio e, ao mesmo tempo, meu tormento.
Passei as primeiras horas imerso nos atendimentos de jovens ansiosos, adultos exaustos e até idosos que me lembravam, de algum jeito, dele.
A cada intervalo, eu dava um jeito de passar pelo quarto do meu avô, só para ter certeza de que estava respirando ainda
Tudo corria de maneira quase… normal
Até a hora do jantar.
Quando depois de várias tentativas de me permitir rir, me sentei com a bandeja à frente, finalmente pronto para respirar enquanto