Christine Narrando
As palavras de Enzo bateram forte dentro de mim, como se ele tivesse acabado de erguer um muro entre nós.
Me fazendo afastar suas mãos devagar, me levantando da cama.
_Então é isso… - minha voz falhou, mas insisti_Eu perdi nosso filho e agora nem o direito de tentar de novo eu tenho.
Ele balançou a cabeça_Não é isso, Christine, eu só…
_ Só o quê? - retruquei, secando as lágrimas com raiva. _Você fala que eu sou tudo pra você, mas quando eu te peço uma prova, você me nega.
O olhar dele era de desespero, mas eu não consegui sentir pena, minhas mãos apenas tremiam
_Você não entende, Enzo! Eu preciso… eu preciso sentir que não acabou, que ainda posso ser mãe, que não vou ser só a mulher que perdeu o filho.
Virei de costas antes que ele respondesse, apertando o robe contra o corpo, como se aquilo fosse me proteger do vazio que me consumia.
_Me deixa sozinha, por favor.
E sem olhar de novo, entrei no banheiro, fechando a porta com firmeza atrás de mim