92. Quando as Sombras Atacam
O primeiro grito não veio de nós, mas da floresta.
Um som gutural, rasgado, como a garganta de uma criatura que jamais deveria ter voz.
E então, das sombras, elas emergiram.
Eram corpos disformes, de membros longos e retorcidos, envoltos por uma névoa densa e escura que parecia absorver a pouca luz que restava. Seus olhos — ou o que eu pensava serem olhos — eram fendas esbranquiçadas que brilhavam com um ódio ancestral.
Não houve tempo para pensar.
Uma delas avançou diretamente sobre mim, rápida, faminta.
Puxei a corda do arco e disparei antes mesmo de respirar. A flecha voou, cortando o ar… e acertou, mas não foi o suficiente.
A criatura cambaleou, mas logo se recompôs, soltando outro grunhido hediondo, correndo em minha direção com uma velocidade impossível.
Antes que pudesse me atingir, uma lâmina prate