83. O Guardião do Selo
O sol mal tinha ultrapassado o topo das montanhas quando acordamos. O frio da madrugada ainda se agarrava à pele, e o silêncio ao nosso redor era absoluto, como se o próprio mundo aguardasse o próximo passo que estávamos prestes a dar.
Sem trocar muitas palavras, desmontamos o pequeno acampamento e seguimos pela trilha íngreme que nos levaria ao norte, onde, segundo o mapa, o selo deveria estar escondido.
A paisagem era austera e imponente: penhascos escarpados cercados por árvores retorcidas e musgo espesso; o som distante de água corrente misturava-se ao canto de corvos que pareciam nos seguir desde a floresta. O caminho exigia esforço: pedras soltas, raízes traiçoeiras e um vento cortante que arrancava lágrimas dos olhos.
Depois de horas de subida, alternando de ir voando e andando, o cenário mudou subitamente.
Emergimos numa clareira escondida entre dois paredões rochosos. O solo ali