84. Além do Selo
O silêncio que se seguiu após o desaparecimento dos guardiões parecia ainda mais denso que a presença deles. O portal, à nossa frente, continuava a pulsar, lento e grave, como o batimento de um coração monstruoso enterrado nas entranhas da terra.
A mão de Noctis apertava a minha, firme, mas o olhar dele saltava da superfície ondulante para os arredores, procurando, talvez, por algum sinal de que aquilo fosse um engano — ou uma armadilha.
— Não precisamos… — ele começou, mas a voz dele morreu ao ver meu olhar fixo no centro da estrutura.
Eu podia sentir Leriam. Sua voz ainda vibrava em mim, como se tivesse sido gravada nas minhas veias: “não… abra… ainda…”
Mas ele precisava de mim. De nós.
Não era só uma escolha. Era um chamado.