63. Confusa
— Não foi um sonho, Noctis. Eu senti o colar vibrar. O espelho… ele me reconheceu. Como se soubesse quem eu era antes mesmo de eu nascer. — Apertei os dedos sobre a pedra do amuleto, agora morna. — Vi o colapso de universos. O desequilíbrio. O selo enfraquecendo. Vi a sombra…
Ele assentiu devagar, os olhos perdidos por um instante na linha do horizonte.
— E isso te confunde.
Soltei um suspiro, quase rindo sem humor.
— “Confundir” é pouco. Eu não sei quem sou, Noctis. Não realmente. Herdeira de quê? Guardiã de quê? Por que esse colar me escolheu? Por que o espelho me mostrou você?
Minhas palavras saíram rápidas demais, entrelaçadas em um nó de pensamentos que eu já não conseguia separar. Cada pergunta gerava outras três. Cada resposta parecia um abismo novo.
Noctis puxou minha mão e a levou até seu peito, sobre o próprio coração.
— Porque talvez a resposta não esteja só em você. Nem só em mim. Mas em nós dois. E no que vamos descobrir juntos. — Seus olhos encontraram os meus com