Ethan Narrando Acordei com a luz fraca entrando pela fresta das cortinas. Estiquei o braço instintivamente para o lado, mas encontrei apenas o vazio. O lençol estava frio, como se ninguém jamais tivesse deitado ali. Franzi o cenho. Virei o rosto e encarei o travesseiro ao lado, impecável. Sophie não estava mais na cama.Me levantei devagar, sentindo o peso da noite passada em meus músculos. O quarto estava em silêncio, apenas o som abafado do ar-condicionado preenchia o espaço. Caminhei até o banheiro. Vazio. Nenhum sinal dela.— Sophie? — chamei, a voz ecoando no silêncio da suíte. Nada.Revirei o quarto com os olhos. Nenhuma bolsa, nenhuma peça de roupa, nem mesmo o perfume dela pairava mais no ar. Desci as escadas. A casa inteira parecia mais fria do que deveria. Vasculhei a cozinha, a sala. Cada cômodo negava a presença dela.Ela foi embora.— Não é possível — murmurei, esfregando o rosto.Depois da noite que tivemos? Depois do jeito como ela me olhou, como gemeu meu nome, como
Sophie Narrando Consegui dormir um pouco pela manhã. Desliguei o celular assim que me deitei, precisava desse silêncio. Quando acordei, meu corpo parecia ter passado por uma maratona. Cada parte doía, como se eu tivesse levado uma surra, e minha Vagina estava só a graça. Tomei um analgésico e vesti uma calcinha confortável daquelas que a gente guarda para dias em que só quer existir sem pensar em sensualidade. Liguei a televisão no volume baixo e deixei um som suave tocando. Escolhi Legião Urbana, porque tem algo naquela melodia melancólica e nas letras sinceras que me abraçam por dentro. Enquanto a música preenchia o ambiente, comecei a preparar uma lasanha. Cozinhar sempre foi minha terapia, e hoje mais do que nunca, eu precisava disso. Só que por mais que eu tentasse me distrair, meus pensamentos insistiam em voltar para a noite passada. A noite nos braços do meu chefe. O toque dele, o jeito como me olhou, a forma como me fez sentir, tudo isso girava na minha mente como um fi
Ethan Narrando Cheguei na empresa às sete em ponto, como de costume. Gosto da rotina, da previsibilidade das manhãs. Mas hoje havia algo diferente no ar. Assim que as portas do elevador se abriram, fui invadido pelo perfume dela. Doce, elegante, marcante. O tipo de aroma que fica preso na pele e na memória.Nossos olhares se cruzaram por uma fração de segundo. Sophie estava sentada em sua mesa, como sempre impecável, mas havia algo no jeito como me olhou, algo que me atingiu como um soco no estômago.Passei por ela sem dizer uma palavra. Não confio na minha voz quando estou assim, bagunçado por dentro. Entrei na minha sala, fechei a porta e só então percebi que estava prendendo o ar. Soltei, devagar, tentando me recompor.Sentei à minha mesa e encarei a tela do computador por alguns minutos, sem realmente ver nada. Era impossível ignorar o peso daquela madrugada, o gosto do beijo dela ainda vivo na minha boca, o vazio que senti ao acordar e perceber que ela não estava mais lá.Ouvi t
Sophie Narrando Eu juro que tentei parecer calma, mas quando ele segurou minha mão e perguntou por que eu tinha ido embora, meu coração disparou. A maneira como ele me olhou, como seus dedos tocaram os meus, tudo isso me deixou completamente nervosa. Achei que minha voz fosse falhar, que ele fosse perceber que eu estava tremendo por dentro. Mas consegui responder, e até achei que me saí bem.Só que aí ele trancou a porta.Naquele momento, todos os alarmes dentro de mim dispararam. Pensei que ele fosse me pressionar, me cobrar algo que eu não estivesse pronta pra ouvir ou lidar. Mas Ethan é louco. Em vez disso, ele me beijou. No meio do escritório. Sem aviso. Sem racionalidade. Um beijo ardente, carregado de desejo, que roubou o ar dos meus pulmões e qualquer juízo que eu ainda tivesse.Seu toque, seus lábios, sua presença, tudo nele me desarma. E então ele pediu pra eu passar a noite com ele de novo. Queria ter dito não. De verdade. Mas como resistir? Aos olhos dele, à voz baixa, fi
Ethan Narrando Ouvi a voz do John vindo da recepção e, como já imaginava, ele estava flertando com a Sophie. Respirei fundo, me levantei da cadeira e fui até a porta. Abri e fiz sinal para ele entrar. Assim que passou pela porta, já fui direto ao ponto.— John, já falei que não quero você dando em cima da minha assistente pessoal.Ele riu, como se eu estivesse exagerando, e se jogou no sofá da sala.— Mas por que, você não dá em cima dela? Aquela mulher é linda demais pra passar despercebida.Levantei uma sobrancelha e encarei ele por alguns segundos antes de responder.— Porque eu respeito. E gostaria que você fizesse o mesmo.Claro que eu não ia abrir o jogo sobre o que estava acontecendo entre mim e a Sophie. Isso era algo que ainda não está pronto pra ser exposto, especialmente pra ele.John deu de ombros, mas mudou de assunto. Começamos a falar sobre o almoço tumultuado com o Valença, que mais parecia uma arena de provocações do que uma reunião de negócios.— Eu só fui por obrig
Ethan Narrando As mãos dela estavam entrelaçadas nos meus cabelos enquanto o beijo continuava, cada vez mais profundo, mais intenso. O calor entre nós parecia se multiplicar a cada segundo, como se não houvesse mais espaço para hesitação.Me afastei levemente, os olhos fixos nos dela, e levei minhas mãos até a barra da blusa que ela usava. Com um gesto lento, puxei para cima, revelando um sutiã preto rendado que contrastava com a pele clara dela de um jeito hipnotizante. O coração batia forte no meu peito, e o dela também, eu sentia.— Você é linda demais, Sophie — sussurrei, com a voz rouca de desejo.Ela mordeu o lábio inferior e não disse nada, apenas me olhou como se estivesse se rendendo por completo. Me ajoelhei à sua frente, deslizei as mãos por suas pernas, desabotoei a calça dela e a puxei para baixo, levando junto a peça íntima. Seu corpo estava ali, exposto pra mim, vulnerável e ao mesmo tempo cheio de força.Voltei a subir, beijei sua barriga, seu colo, e enquanto meus lá
Sophie Narrando Acordei com uma leve carícia no meu rosto e a voz baixa de Ethan me chamando. Pisquei algumas vezes até conseguir focar meu olhar. A sala ainda estava na penumbra, e levei alguns segundos para entender onde eu estava. Estávamos no sofá do escritório, nus, entrelaçados, cobertos apenas pela nossa própria presença.— Sophie — ele sussurrou outra vez. — Amor, precisamos ir.Arregalei os olhos por um instante. Ele me chamou de amor? Será que ouvi certo? Ou era apenas resquício do sonho delicioso que estava tendo com ele?Nos vestimos em silêncio, ainda meio sonolentos, trocando olhares discretos, cúmplices. A atmosfera entre nós tinha mudado depois do que aconteceu. Tinha sido muito mais do que só desejo. Eu sentia isso.Saímos da empresa no meio da madrugada, com o corredor silencioso sendo nosso único testemunho. O vento frio da noite me fez abraçar os próprios braços assim que saímos do prédio, e Ethan, abriu a porta do carro para mim.Entramos e seguimos o caminho até
Ethan Narrando Levei Sophie em casa, no caminho, ela virou o rosto para mim com um sorriso curioso.— Ethan, Você me chamou de amor quando me acordou? — perguntou ela.Neguei com a cabeça.— Não. Eu te chamei de Sophie — respondi de forma direta.Foi só depois que ela desceu do carro que a pergunta ecoou na minha mente com mais força. Eu realmente falei, na minha cabeça naquele momento. Talvez tenha sido o cansaço, ou talvez… talvez tenha sido um lapso.Respirei fundo, firmei o olhar na estrada e disfarcei qualquer vestígio de incômodo antes de estacionar em frente ao prédio dela. Quando Sophie se inclinou para sair, deu um beijo na boca dela, retribuí sem hesitar. Seus lábios suaves, o perfume doce e aquela forma serena de se despedir.— Boa noite, Ethan.— Boa noite, Sophie.Esperei ela entrar, e só então arranquei. Fui direto para casa. Nada de paradas, nada de pensar demais. Um banho rápido me ajudou a clarear um pouco as ideias. A água quente escorria pelos ombros enquanto minha