Ethan Narrando
Acordei com a luz fraca entrando pela fresta das cortinas. Estiquei o braço instintivamente para o lado, mas encontrei apenas o vazio. O lençol estava frio, como se ninguém jamais tivesse deitado ali. Franzi o cenho. Virei o rosto e encarei o travesseiro ao lado, impecável.
Sophie não estava mais na cama.
Me levantei devagar, sentindo o peso da noite passada em meus músculos. O quarto estava em silêncio, apenas o som abafado do ar-condicionado preenchia o espaço. Caminhei até o banheiro. Vazio. Nenhum sinal dela.
— Sophie? — chamei, a voz ecoando no silêncio da suíte. Nada.
Revirei o quarto com os olhos. Nenhuma bolsa, nenhuma peça de roupa, nem mesmo o perfume dela pairava mais no ar. Desci as escadas. A casa inteira parecia mais fria do que deveria. Vasculhei a cozinha, a sala. Cada cômodo negava a presença dela.
Ela foi embora.
— Não é possível — murmurei, esfregando o rosto.
Depois da noite que tivemos? Depois do jeito como ela me olhou, como gemeu meu nome, como