Na madrugada do terceiro dia, a sorte me deu um aceno.
Uma van de suprimentos atrasada chegou por uma das entradas laterais — a mesma que usavam para descarregar caixas desde o primeiro dia. Estava com o vidro embaçado, o motorista irritado. Dois cientistas abriram os portões automatizados com um controle externo.
E ali, entre a pressa e a distração, entrei.
Agachei atrás de um dos contêineres de transporte e esperei. Cada passo que dei depois disso foi cronometrado com precisão. Os sensores estavam todos ativos, mas os espaços entre as entradas de carga e os deslocamentos humanos criavam janelas. Três segundos aqui. Sete ali. Nada mais.
Me esgueirei por entre paletes de aço e cilindros de criogenia, me movendo como uma sombra ansiosa. O uniforme térmico que roubei de um dos cabides na lavanderia ajudava a mascarar minha assinatura no espectro.
Do lado de dentro da estrutura, o corredor era longo e bem iluminado. Pisos brancos com linhas vermelhas sinalizando áreas de risco. Segui o s