Léo
O silêncio do apartamento parecia mais sufocante do que nunca. Mariana havia saído há pouco, deixando para trás apenas o eco das palavras que ela nunca deveria ter dito. Meu peito ainda estava pesado, e minha mente rodava em círculos, revivendo aquela discussão, trazendo à tona a culpa que eu tentava enterrar.
Andei até o bar no canto da sala e peguei uma garrafa de uísque. Girei-a entre os dedos, observando o líquido âmbar brilhar sob a luz fraca do abajur. Por um instante, considerei beber. Esquecer. Silenciar a tempestade dentro de mim com o fogo descendo pela garganta. Mas, em vez disso, soltei um longo suspiro e coloquei a garrafa de volta na prateleira.
Não.
Peguei a chave do carro e saí do apartamento sem pensar muito no destino. Dirigi pelas ruas vazias da cidade, deixando a escuridão e as luzes dos postes passarem por mim como borrões. Minha mente ainda pulsava com tudo o que Mariana havia dito. Suas acusações. Sua culpa. Minha própria culpa.
Antes que percebesse, meus de