Marcelo.Após sair da consulta, Thalia me pediu para irmos à casa de Vivian. Eu já queria ir lá, pois precisava conversar com Arthur sobre o policial que havia assediado Thalia no dia em que nós fomos presos.— O cachorro do Satanás estará lá? — perguntei ao entrarmos no carro.— Marcelo! Federico é um amor.— Um amor muito violento, diga-se de passagem.Rimos, mas não negou as minhas palavras.Seu bebê de quatro patas era um pouco... difícil de lidar.— Já era para eu ter levado ele comigo, mas... tantas coisas aconteceram... — Desde que ela voltara a passar mal, seu cachorro havia sido enviado para a casa de Vivian. Nós sabíamos que ele estava sendo bem cuidado e teria a companhia dos outros pets para não se sentir sozinho.— Thalia, seu cachorro está bem, sei que o ama, mas no momento não estava podendo cuidar dele. Precisava focar em você e no bebê.— Sim, sei disso, mas... Era para Federico estar comigo, Marcelo, eu o deixei aos cuidados da minha amiga. Sei que foi muito bem cuid
Marcelo.— Eu estava feliz, conheci-a quando meu irmão estava perdido devido à sua separação de Mariah. Andressa sempre ia à balada de um amigo nosso. Encantei-me com ela assim que a vi.Soltei uma risada amarga. Imagens ruins quiseram vir à minha mente, mas as afugentei.— Pensei que finalmente havia encontrado a garota certa, então investi pesado nela. Ficamos na mesma noite, fodemos como loucos e acreditei estar apaixonado. Passamos a ficar com frequência, praticamente todos os dias, e... uns seis meses depois, ela me disse estar grávida. Fiquei feliz, eu queria ser pai, então a chamei para morar comigo.Apertei o volante, fechando os olhos com força.Eu havia me endireitado no banco para fugir de seu olhar.— Com uma semana morando juntos, ela começou a ficar estranha, me pedia coisas e mais coisas, mas eu sempre dava, nunca fui apegado ao dinheiro, então não me importava com o quanto gastava. Apenas queria vê-la feliz. Seguimos juntos e a apresentei aos meus pais. Minha mãe não g
Marcelo.— Entre nós, foi tudo muito rápido, acha que dará certo? — Quebrou o silêncio. Podia sentir o receio em sua voz.Voltei a ficar de frente para ela.— O que senti por Andressa não era amor, Thalia, eu acredito nisso porque agora sei o que é amar, pois eu te amo e a intensidade desse sentimento dentro de mim é assustadora. — Seus olhos estavam conectados nos meus, intensos e receosos. — Foi tesão, paixão momentânea, emoção, ou sei lá o que realmente sentia por ela, mas não amor ou coisa do tipo. Deslumbrei-me por ela, pela ideia de ter uma família.Minha voz era firme, sem vacilar ou gaguejar. Eu estava me declarando para ela mais uma vez porque não queria que restassem dúvidas dos meus sentimentos. Eu a amava e a queria para sempre em minha vida. Thalia era minha e seria para sempre.— Com você é diferente. Sinto em todo meu ser. Tudo o que vivi, vivo e sinto por você é diferente do que vivi com Andressa. Eu me sinto bem ao seu lado, confortável para ser eu. Amo tudo em você e
Marcelo.Ao chegarmos à casa de Vivian, Arthur, seu marido, nos atendeu. Seu sorriso caloroso imediatamente trouxe um senso de acolhimento.— Thalia, Marcelo, sejam bem-vindos. — saudou, abrindo os braços em um gesto amigável.— Oi, Arthur. — Thalia o cumprimentou com um abraço caloroso, e eu estendi minha mão para um firme aperto de mão.Entramos na casa, um refúgio aconchegante decorado com lembranças e fotografias familiares. O aroma delicioso de comida caseira preenchia o ar, despertando nossas papilas gustativas.— O cheiro está maravilhoso. — Comentei, apreciando o ambiente acolhedor. Thalia, ao meu lado, concordou com um sorriso satisfeito.Ouvimos um latido estridente e Thalia sorriu imediatamente. Vivian surgiu na sala com Federico, o pequeno cão, nos braços.— Federico estava ansioso para te ver. — Vivian disse, com um brilho nos olhos.— Oi, amor da mamãe. — Thalia se aproximou para pegar o cachorro, que saltou para seus braços, abanando o rabo freneticamente.Ri da cena en
Marcelo.Dias depois...Eu estava na casa de Mateus, aproveitando o tempo com meu sobrinho, que acabara de completar mais um mês de vida. O pequeno estava mais lindo do que nunca, com aqueles olhinhos curiosos que me faziam esquecer de todo o resto. Ele mexia as mãozinhas no ar como se quisesse agarrar o mundo, e aquilo mexia comigo de um jeito que eu não sabia explicar. Era como se tudo de ruim se afastasse só de estar ali, olhando para ele.O ambiente estava tranquilo. A luz do fim da tarde atravessava as cortinas da sala, e a televisão passava algum desenho animado baixinho. Era o momento perfeito para respirar. Para esquecer, nem que fosse por uns minutos, o caos em que minha cabeça estava mergulhada. Eu precisava disso — não só pela situação com Diego, que vinha me corroendo dia após dia, mas por tudo o que estava acontecendo na minha vida. Eu andava cansado. Não fisicamente, mas daquela exaustão que vem de dentro, que pesa no peito e não deixa a mente descansar.Mateus percebeu.
Thalia.Dois dias depois...Tomei uma respiração profunda ao sair do carro de Marcelo. Era meu primeiro dia após ter me tornado supervisora e estava extremamente nervosa. Era uma responsabilidade e tanto, embora eu tivesse certeza de que daria conta. Havia se passado dois meses desde que fora demitida e agora voltava como supervisora e grávida de um bebê que jamais imaginei ter sendo virgem.Eram mudanças demais em tão pouco tempo.— Vai dar tudo certo. — Sorri ao olhar para Marcelo.Ele estava sendo um amor e me dando conforto e coragem.— Sei que sim, mas não posso deixar de ficar nervosa.Voltei a fitar o prédio à minha frente.— Ficou lindo. — Elogiei, encantada.A entrada principal exibia uma arquitetura sofisticada, com colunas imponentes e uma fachada elegante que mesclava elementos contemporâneos com toques tropicais. O paisagismo deslumbrante, repleto de palmeiras altas, plantas exóticas e fontes decorativas, criava uma atmosfera serena e convidativa. Sem falar nas piscinas g
ThaliaVirei-me e segui para dentro do resort.— Thalia, que bom que você voltou! — Ana, uma das recepcionistas e colega de trabalho, saudou sorrindo e veio me cumprimentar.— Estávamos com saudades! — Agatha chegou até nós e sorriu, me dando um breve abraço. Ana fez o mesmo.— Eu também estava com saudades de vocês — respondi, sentindo-me emocionada por estar de volta ao convívio delas.Eu gostava de todos aqui, até da Gabriela, minha ex-chefe, que pegava no meu pé por qualquer besteira.— Como está se sentindo ao estar de volta e como supervisora? — Ana questionou, em tom baixo e eufórico.Ri.— Nervosa, confesso. Temendo não suprir as expectativas.— Isso é impossível. É a pessoa mais trabalhadora, organizada e gentil que conheço. — Agatha me elogiou. — Todos te amam.— Amamos mesmo.Sorri e me virei, dando de cara com Vagner, o gerente geral e um colega de trabalho. Tivemos bons momentos quando eu trabalhava aqui como recepcionista. Ele sempre foi gentil e me ajudava quando tinha
Thalia.— Sim, o conhece? — Minha expressão ainda era confusa e olhei na direção do meu namorado, que já estava a um passo de nos alcançar.— Ele é o...— Vagner Trindade. Que bom te ver. — Marcelo o cortou e depois agarrou minha cintura com possessividade e tomou meus lábios em assalto, dando-me um beijo possessivo.Senti que ele queria marcar território, mas preferi não criar caso por isso. Estava cansada e com fome, depois teria uma conversa com ele sobre sua possessividade no meu trabalho.— Senhor Marcelo...— Vilard, eu posso ver que se lembra de mim. — Pegou a mão de Vagner e a apertou com uma força maior que o necessário, o que acarretou uma careta do gerente geral do resort.A expressão de Marcelo ainda era fechada, seu maxilar estava travado e sua postura exalava tensão. Os dois trocaram olhares e Vagner focou em mim. Não entendi essa interação, mas antes que questionasse algo, Vagner se despediu e foi embora.Vi-o entrar no carro e sair cantando pneu.— O que foi isso? Você