O que você faria se o impossível se tornasse realidade? Imagine só: você é virgem e, de repente, descobre que está grávida. Sim, é isso mesmo — uma virgem grávida! Parece loucura? Pois é, para mim também. Afinal, não sou a Virgem Maria, e essa história está longe de ser um conto bíblico. Mas agora estou aqui, tentando desvendar o mistério que virou minha vida, enquanto lido com uma gravidez inesperada e um CEO irresistivelmente charmoso que parece ter caído direto de um sonho — ou de um filme de comédia romântica completamente maluca. Prepare-se para embarcar em uma montanha-russa de emoções: momentos de tirar o fôlego, gargalhadas inesperadas, algumas lágrimas e, claro, um toque generoso de romance. Bem-vindo à história de uma virgem grávida que, de forma totalmente inesperada, encontrou amor, família e um mundo completamente novo. Aviso: Este livro é voltado para o público adulto. Contém cenas de violência, sexo, linguagem explícita, tentativa de estupro e atropelamento.
Ler maisCapítulo 1
Thalia.
Batuquei os dedos, nervosamente, sobre a mesa, mordendo o lábio inferior numa tentativa frustrada de conter a ansiedade que me assolava. Finalmente, a porta se fechou atrás de nós, proporcionando um refúgio do barulho insistente vindo da sala de espera, que estava começando a me irritar.
Respirei fundo, enquanto meus olhos se fixavam nos meus dedos. Havia feito as unhas, ou melhor, as havia pintado com um discreto tom de rosa-claro, sempre preferi tons mais sutis e discretos, e ao examinar mais detalhadamente, notei uma pequena cutícula levantada no canto da unha do meu dedo mindinho.
Sem pensar, levei a mão à boca e tentei remover a cutícula com os dentes, fazendo uma careta ao puxar e sentindo um pouco de dor pela ação que acabou ferindo o cantinho da minha unha. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas o tédio e a ansiedade obtinham o poder de me fazer agir impulsivamente. Em outras palavras, eu fazia merda quando estava entediada.
Manter o controle era um desafio constante para mim, especialmente na presença do Dr. Rodrigo Santana, o ginecologista recomendado pela minha amiga Vivian. Cada minuto naquela sala parecia aumentar o peso da ansiedade sobre meus ombros.
— Vamos fazer uma ultrassonografia transvaginal para termos certeza do que vemos aqui nesses exames. O médico falou, já se levantando, após analisar o monte de papel que eu havia entregado assim que adentrei sua sala e, no mesmo instante, foquei em seu rosto enrugado.
— O quê? — praticamente gritei.
O médico me lançou um olhar confuso e um tanto irritado após meu aumento de tom.
— Não posso fazer esse exame. Eu... Bom, eu sou virgem ainda. — Meu rosto queimou de vergonha. Não era a questão de ser virgem que me envergonhava, mas discutir algo tão íntimo com um estranho era realmente constrangedor.
Eu havia acabado de conhecê-lo e ele já queria me ver de pernas abertas!
— Virgem? — ele parecia incrédulo, também estaria se fosse ele.
É difícil ser pura nesse mundo depravado em que vivemos.
— Impossível, aqui diz que a senhorita está grávida. — Soltei uma risada, mas ele não riu.
Por que ele não estava rindo? Não era uma piada? Só podia ser uma piada!
Uma piada de péssimo gosto, diga-se de passagem.
— Está grávida, senhorita Thalia. — Afirmou.
— O quê? — Tomei os exames da sua mão e ele ficou ainda mais bravo.
Foda-se!
— Como... — baguncei os papéis. Tudo parecia estar em grego, não conseguia entender nada do que estava digitado neles.
— Isso deve ser um engano. Nunca dei a minha florzinha para estar grávida. — Expliquei, negando com a cabeça e voltando a me sentar na cadeira.
O doutor Rodrigo me olhava como se eu fosse louca.
— Ah, esquece a parte da florzinha, tudo bem? — falei, querendo ser um avestruz e enfiar minha cabeça em um buraco por deixar escapar algo tão íntimo de maneira tão vergonhosa.
Passei as mãos na calça para enxugar o suor. Eu sempre transpirava quando estava nervosa. E estava surtando, então minha transpiração tomou proporção épica e, como dizem os mais velhos, estava suando em bicas.
— Isso é um erro! — voltei a falar e ele ergueu uma sobrancelha. — Não estou grávida, estou apenas acima do peso e com falta de vitaminas. Sei que preciso emagrecer, todo mundo me diz isso e posso até aparentar estar grávida devido à barriga um pouco mais avantajada, mas garanto que não há nenhum bebê aqui e sim gordura. — Desandei a falar, ficando cada vez mais nervosa com a encarada que o médico me dava. — Então é isso, meus desmaios e o mal-estar são por isso: falta de ferro e não uma gravidez. — Voltei a rir.
Ria, senhor Rodrigo Santana. RIA. Minha mente gritava e eu me sentia prestes a ter um AVC.
O médico me olhava com cara de tédio. Estava claro em seu rosto enrugado que eu era louca. Ele devia estar a um passo de ligar para a clínica de loucos e pedir que tragam uma camisa de força e dois armários em forma de segurança para me conduzir ao hospício.
Eu não sou louca, mas o senhor é por dizer que tem um bebê em minha barriga. Gritei em minha mente. Bom, talvez eu fosse um pouquinho, sim. Não do tipo esquizofrênica que vê vultos e ouve vozes, mas um pouco doidinha, eu era, sim, tinha que confessar.
— Não sabia que era médica. — Ele sorriu, mas um sorriso tão falso quanto o cabelo em sua cabeça.
O doutor Rodrigo era careca e usava uma peruca bem fajuta, acreditando que ninguém perceberia sua falta de pelos em seu coro cabeludo. Mas, sim, eu sabia que ele era careca. Ele sabia que era careca. Todos sabiam que ele era careca.
— Ah, eu não sou. — Soltei uma risada nervosa, mas parei de rir quando entendi que ele estava sendo sarcástico.
Filho da... É claro que ele sabe que você não é médica, Thalia. Está mais para louca fugida do hospício do que para uma médica, dãn.
— Seus exames dizem que está grávida e, ao que indica, aqui, em estado avançado. Então pare de brincar e vamos logo fazer o exame. — Bagunçou os exames sobre a mesa. O doutor Rodrigo estava tão bravo com a minha recusa que seu rosto ficou vermelho.
Será que ele está tendo um derrame?
Ou será um infarto?
Ele já tem idade para ter isso, não é?
Deus! Que não seja nenhum dos dois, pois o médico aqui é ele e, se ele passar mal, serão dois enterros a serem feitos hoje. O dele decorrente do infarto e o meu por tê-lo visto morrer.
Não gosto de nada que envolva morte e fantasma. Se eu estiver sozinha e ouvir qualquer barulho, pode chamar o IML para pegar meu corpo, pois já estarei em outro plano.
Em minha lápide estará escrito assim: aqui jaz uma jovem triste. Morreu por ser medrosa e, o pior, sem dar sua florzinha.
Seria trágico.
Muito trágico.
Marcelo.Anos depois...— Hora da troca de fralda! Você está pronto para isso, meu pequeno herói? — exclamei com uma expressão animada enquanto me preparava para trocar a fralda do meu filho, que sorria feliz à minha frente, deitado no trocador sobre a cama.— Ba-ba-ba! — balbuciou, respondendo com entusiasmo.— Isso mesmo! Vamos lá, vamos tornar essa fralda limpinha — disse, pegando os lenços umedecidos e começando a limpar suavemente seu bumbumzinho.— E agora, uma missão superimportante: a limpeza da barriguinha! — brinquei, fazendo uma voz engraçada, o que fez o bebê gargalhar.— Ah, você gosta disso, não é?— Que barriguinha fofa você tem! — beijei e fiz sons de pum na barriga dele.Enquanto o limpava, fazia caretas engraçadas e sons divertidos para mantê-lo entretido. Havia alguns brinquedos e ursos ao seu redor, mas Lucas preferia brincar com a escova de cabelo.Meu peito se enchia de alegria e gratidão ao ver seu sorriso ou ouvir os barulhinhos que ele fazia.No final, eu semp
Thalia — Parabéns, amiga. — Vivian chegou a mim, saudando-me com os olhos úmidos e um sorriso sincero nos lábios.— Obrigado, amiga. — A apertei entre meus braços, prolongando o abraço que me dera.— Está tão linda, morri de ansiedade para ver como seria seu vestido.Sorri. Eu tinha feito suspense a todos. Queria que fosse surpresa não só para Marcelo, que me olhava com olhos gulosos e emocionados ao me ver vestida de noiva.— Obrigada. Você também está linda. Escolhi o azul-turquesa como a cor para os vestidos das minhas madrinhas, e Vivian simplesmente brilhou no seu vestido. Era como se ele tivesse sido feito sob medida para ela. A delicadeza das alças finas, o decote em V que realçava sua beleza natural e a saia fluida que a fazia parecer tão graciosa enquanto caminhava. E aquele toque de brilho nos detalhes... Perfeito!O que mais me tocou foi ver como ela estava radiante e confiante nele. Parecia que o vestido não apenas complementava sua beleza exterior, mas também refletia
Thalia.Meses depois...Um sorriso desponta nos meus lábios ao olhar no espelho e ter a visão dos meus sonhos se materializando diante de mim. Meus cabelos foram cuidadosamente arrumados em um coque romântico, com mechas suaves caindo ao redor do meu rosto. Uma tiara de pérolas e delicadas flores brancas adorna minha cabeça, conferindo um toque celestial ao meu penteado.Meus olhos se fixam no vestido, uma obra-prima de renda e tule. O corpete justo abraça suavemente minha figura, realçando cada curva avantajada com elegância. Detalhes de renda adornam os ombros e o decote em V, acrescentando um toque de feminilidade e romance. A saia volumosa e fluida se espalha pelo chão em camadas etéreas, como se fossem nuvens ao meu redor. Cada movimento parece uma dança, e sinto-me envolvida por uma aura de pura magia.Como em um conto de fadas. No meu conto de fadas.Aos meus pés, os sapatos são de cetim branco, simples e elegantes, adornados com pequenos detalhes de strass cintilantes. Ele
Marcelo.— Nossa filha vai nascer. — Thalia falou, tentando dar um sorriso, mas que saiu como uma careta, e seguiu gemendo de dor.Sorri amplamente e a segurei forte. Começamos a andar para fora da casa, a passos lentos, deixando a confusão que se formou ao nosso redor para trás.— Vamos para o hospital, já está tudo pronto para a chegada da nossa princesa. — Falei, já do lado de fora, após avisar aos policiais que minha noiva tinha entrado em trabalho de parto.— Eu te amo. Obrigada por nunca ter desistido de mim.— Estava no meu destino, era minha, e eu não costumo deixar escapar o que me pertence.Ela sorriu.— Nem um pouco possessivo, não é? — Beijei seus lábios.Chamaram o delegado e ele nos acomodou no banco de trás do seu carro. Entrou e deu ordens aos policiais para avisar ao hospital que estávamos indo para lá, assim como pediu que duas viaturas nos escoltassem. As sirenes soaram e o carro foi posto em movimento.— Aguenta firme, meu amor, logo teremos nossa filha em nossos b
MarceloA tensão e o medo só aumentavam, mas eu precisava manter a cabeça no lugar e impedir que uma tragédia acontecesse.— Calma, a polícia está lá fora, mas tudo pode se resolver. — Meus olhos dançavam entre ele e Thalia, encolhida no chão, chorando e com as mãos na barriga. Pedi internamente que nada tivesse acontecido com nossa filha. Ela não suportaria perdê-la.Voltei minha atenção ao miserável diante de mim.— Eu falo com a polícia, meu pai irá te entregar o dinheiro e posso arrumar um carro para fugir. Terá tudo o que quiser, só fique calmo e não atire.— Diego Trevisan, a casa está cercada, se entregue e saia com as mãos para cima. — Era a voz do delegado Valdez. Deveria estar falando pelo alto-falante.— Não há escapatória, Diego, nos deixe ir e eu farei com que seja livre, prometo.— Não acredito. Eles irão me ferrar assim que sair daqui.— Não vão, têm a minha palavra. Mas preciso que me deixe tirar Thalia daqui, ela está grávida e precisa de cuidados. O bebê precisa de c
MarceloEstacionei a moto ao avistar a casa, o lugar era distante e não havia muitas casas por perto. Podia ver alguns drogados ao longe, me encarando, mas não podia ligar para isso. Thalia precisava ser salva.Larguei o capacete da moto e segui para a entrada da casa. Espiei para dentro, buscando ver algo. O muro era alto, mas encontrei uma janela do lado direito e, se encontrasse algo que me ajudasse a subir, poderia escalar. Aproximei-me da janela e observei cuidadosamente ao redor, procurando por qualquer objeto que pudesse usar para escalar o muro. Avistei uma caixa de lixo próxima e decidi que seria minha melhor aposta. Com cuidado para não fazer barulho, me aproximei da caixa e a arrastei até a parede. Subi nela com cautela, sentindo meu coração bater forte no peito com a adrenalina da situação. Com um impulso final, consegui me erguer o suficiente para alcançar a borda do muro.Concentrado, consegui me puxar para cima e me equilibrar no topo do muro. Olhei para dentro da propr
Último capítulo