Chegamos em minha casa e Nicolas fez questão de carregar as sacolas do mercado. O clima entre nós ainda estava leve, repleto da intimidade que havíamos compartilhado no parque. Nicolas parecia relaxado, mas algo em seu olhar denunciava que havia algo rondando sua mente.
— Você pode ir escolhendo um filme enquanto eu preparo o almoço — digo abrindo as sacolas e colocando as coisas na pia da cozinha.
— E perder a chance de te ver cozinhando? Nem pensar.
Revirei os olhos, mas um sorriso brincou em meus lábios. Ele se encostou na porta da cozinha, cruzando os braços, e ficou ali, me observando com atenção.
— Sabe que é estranho, né? — comentei, enquanto terminava de retirar os ingredientes das sacolas.
— O quê? — Nicolas perguntou curioso.
— Você me encarando desse jeito,chefe.
Ele deu de ombros.
— Gosto de te ver fazendo as coisas, e aqui não sou seu chefe.
Ri baixinho e comecei a preparar o peixe. Cortei os ingredientes com cuidado, sentindo seu olhar atento em cada movime