Ergui as mãos, sentindo a energia se acender na ponta dos dedos. Desenhei no ar runas flamejantes. O selo da luxúria invertida, o sigilo da inveja, o glifo da dor eterna.
As runas arderam em chamas púrpuras antes de se projetarem como ganchos cortantes em direção ao caldeirão. Uma onde de expansão de poder ecoou nas paredes forradas de pergaminhos proibidos. O caldeirão latejou, e uma névoa negra subiu, envolvendo-nos. Senti o feitiço enraizar-se na minha própria carne. Um frio atroz, como as lâminas do submundo. Um sorriso faminto se abriu nos meus lábios.
— Está feito — murmurei. — Marcel deixará de ver Ravena como fêmea. Ele a verá como rival. Como cadáver ambulante. E nada o deterá.
Quando o feitiço findou, Cadmus ergueu-se com dificuldade. As mãos trêmulas repousaram no banco de pedra.
— Há algo mais — disse ele, a voz ecoando como trovão contido. — Preciso te mostrar as visões da profecia.
Ele puxou um amuleto de cristal negro, pendurado numa corrente de osso. Apoiado sobre a me