Celeste
Descobri o rastro de Marcel quando o vento mudou, trazendo o odor enjoativo de feno queimado e sangue lupino até a minha janela. Era madrugada, e a lua vazia espiava por entre as nuvens cinzentas, lançando um brilho espectral sobre o pátio da casa da alcateia. O ar carregava a notícia com a sutileza de um trovão distante, o lobo que eu amo profundamente em segredo, cruzou as fronteiras e partiu atrás daquela puta vadia.
Um sorriso frio e amargo se formou em meus lábios. Como ele pode partir assim, sem nem mesmo pensar em mim, sem considerar sua Luna, sua amante. A fêmea que vinha esquentando sua cama e satisfazendo seus desejos todas as noites?!
Eu me arrisquei por ele, eu menti e enganei Alexander, o nosso alfa, por ele. E agora ele não me pensou em mim nem por um segundo, antes de correr para tentar achar aquela piranha caquética que não tinha nenhum atrativo e nem sabia dar prazer.
Mas não importa, porque agora, ele cumpria seu papel, e eu cumpriria o meu.
Enfiei o capuz n