François
O cheiro de sangue seco impregnava as paredes de pedra do calabouço. Havia umidade descendo pelas juntas das pedras, formando trilhas tortuosas como lágrimas antigas.
A cela diante de mim permanecia escura, exceto pelo facho estreito de luz que atravessava a grade da pequena janela no alto, tocando o rosto desfigurado de Mercedes. Ela estava jogada no chão frio, os cabelos emaranhados, empapados de sangue, a respiração fraca, mas viva. Viva... por enquanto.
Meus punhos se cerraram.
Quantas luas se passaram desde que a encontrei naquele esconderijo lacrado por magia ancestral? Dezoito anos, era o que ela tinha. Uma criança aos olhos do mundo, mas uma bruxa selada pela própria anciã do seu clã, para protege-la.
A última bruxa de um clã exterminado por traição das outras quatro casas. Ela um tinha o cheiro das folhas de outono. Eu só a encontrei porque meu lycan despertou ao sentir o cheiro dela.
Não entendi o que estava acontecendo dentro de mim. Eu sabia que era híbrido, ma