Ravena
A masmorra do poço exalava um cheiro de putrefação e desespero que se agarrava à minha pele mesmo que eu não estivesse dentro dela. No jardim da ala oeste, os guardas, dois vampiros jovens e sérios e astutos, arrastaram Marcel até mim como se fosse um saco de ossos velhos. Cada passo que eles davam produzia um rangido metálico nas correntes que lhe envolviam os pulsos e tornozelos.
Ele era uma figura irreconhecível. Pele suja com estrias de lama e sangue seco, cabelo comprido, embaraçado em nós escuros que lembravam terra encharcada, e olhos fechados como se temesse ver qualquer coisa novamente. Foi difícil conter minha reações nauseantes, mas minha posição de alfa e rainha exigia força. Eu precisei respirar fundo antes de falar.
— Levem-no até o centro do salão principal — ordenei, firme. — A partir de hoje, Marcel Lokhart, você não é mais só um prisioneiro. Você é escravo de Northshore.
Os guardas ficaram em silêncio, mas um deles inclinou a cabeça como se absorvesse a senten