Prya
Saio do saguão principal com passos silenciosos, quase flutuando sobre o piso de pedras frias. A noite se estende por todo o castelo, um manto de veludo escuro que carrega o eco de vozes sufocadas e sussurros velados. Cada corredor parece ter vida própria, como se observasse meus movimentos discretos.
Eu procuro por Nathaniel, não em desespero, mas por um fio de segurança, por algo que ainda mantenha a ordem neste lugar que agora eu ocupo com orgulho.
Minhas mãos, ainda frias dentro das mangas escuras, tremem ligeiramente. Não é só o frio que percorre meus ossos; é também a lembrança de Marcel, o ex-beta que agora jaz humilhado como um verme cego, condenado à escravidão de Northshore.
Ao pensar em seu nome, sinto uma pontada de repulsa misturada a algo indefinível que me estremece por dentro. Ele era um lobo corrompido quando o vi na alcateia Lua Negra, um predador que massacrava os que estavam abaixo dele. A presença dele me enche de raiva e desprezo, mas também de um eco surdo