Celeste
Abro os olhos e, instantaneamente, sou saudada por uma dor dilacerante. Cada fibra do meu corpo lateja como se esfregassem facas nas minhas entranhas. Sei que o ataque do rei dos vampiros foi forte demais, defesas quebradas, partes arrancadas de mim. Respiro com esforço, sentindo o gosto metálico do próprio sangue na boca.
Não há cicatrizes novas que eu deseje carregar, a única que possuo, marcada no rosto, já me lembra da humilhação e do poder que me moldaram ao que sou. Mas agora sou obrigada a encarar feridas mais profundas, internas, rasgando meu orgulho.
Ainda deitada sobre o solo envenenado, verifico mentalmente cada pedaço do meu corpo, ossos, músculos, a pele queimada por magia vampírica. Não quero nenhuma cicatriz adicional; preciso permanecer inteira em todos os sentidos, intacta em minha determinação. Com extrema lentidão, ergui-me de joelhos, penso sentindo os fragmentos da minha força se reunirem.
Formulo outro escudo, evocando energias antigas, não posso falha