Eu nunca pensei que seguraria minha filha pela primeira vez com as mãos manchadas de culpa.
O mundo ao redor parece parado, congelado em uma moldura de dor. A neve que cobre o chão da clareira está tingida por respingos de sangue e magia quebrada.
Os galhos retorcidos das árvores testemunham nossa luta recente. Ainda posso ouvir ao longe o eco da batalha contra as forças hostis, mas neste momento tudo some. Só há a respiração contida de Cyrus, o som forte do coração do nosso filho adormecido contra o peito dele... e o silêncio ensurdecedor que paira sobre minha filha.
Ela não chora.
Não se move.
Seu corpinho gélido parece afundar nos braços de Cyrus como se pertencesse a outro mundo. E eu sei, pelos deuses, eu sei, que a morte quer leva-la, a qualquer momento. Sinto Laha se agitar dentro de mim, e o calor de sua presença pulsa forte, exigente.
“Você precisa marcá-la agora, Ravena.”
Meu corpo se enrijece. Eu não compreendo exatamente o que ela quer dizer.
“O miasma ainda está dentro