10.
Lilly sentou-se no jardim com Emily, o sol poente lançando tons dourados sobre o gramado. A menina ainda fungava, segurando as mãozinhas no colo, os olhos vermelhos de tanto chorar. Lilly passou a mão com delicadeza pelos cabelos da garotinha, esperando que ela estivesse pronta para falar.
— Querida, pode me contar o que aconteceu? Por que chegou tão triste? — perguntou com doçura.
Emily balançou as perninhas, hesitante. Olhou para Lilly como se estivesse decidindo se podia confiar nela com seu pequeno coração ferido. Finalmente, respirou fundo e começou a falar.
— Na escola… tem uma menina… a Isabela. Ela fica rindo de mim já faz um tempo. Me chama de “menina sem mãe” e agora… — a voz embargou, e ela abaixou a cabeça. — Agora que vai ter a apresentação do Dia das Mães, ela disse que eu não posso participar porque… porque eu não tenho mamãe.
Lilly sentiu o peito apertar. Emily começou a chorar baixinho novamente, e Lilly a puxou para um abraço apertado.
— Isso não é verdade, meu amor.