Olivia
A suíte está envolta no perfume de lavanda dos lençóis, misturado com o cheiro de madeira de Noah, quente e familiar, enquanto seus braços me envolvem. A neve cai lá fora, um véu branco visível pela janela, e o letreiro do Hotel Brown brilha como um farol, me lembrando quem sou. Ontem, quando Noah me disse que sabia sobre meus pais — que Eleanor e Robert eram casados, que eu sou a herdeira legítima do hotel —, algo dentro de mim quebrou. Não a raiva, não a desconfiança, mas a muralha que construí para me proteger. Seus olhos escuros, cheios de algo que não sei nomear, me seguraram como seus braços me seguram agora. O beijo que compartilhamos foi lento, diferente da fúria de duas noites atrás, mas tão intenso que ainda sinto o calor dos lábios dele nos meus. Mas a verdade que ele descobriu, investigando meu passado sem me contar, ainda queima. Como posso confiar nele quando tudo entre nós é um jogo?
— Noah — sussurro, a voz falhando, ainda encostada em seu peito, sentindo o ritm